O mercado automotivo dos Estados Unidos é conhecido por oferecer preços mais acessíveis em comparação ao Brasil. Modelos considerados luxuosos no país sul-americano costumam ser vendidos por valores significativamente mais baixos nos EUA. Um dos exemplos mais marcantes é o Ford Mustang, um dos esportivos mais icônicos da montadora americana.
O Mustang é realmente mais barato nos EUA?
Nos Estados Unidos, o modelo de entrada do Mustang 2024, equipado com motor 2.3 turbo, tem preço inicial de US$ 30.920, conforme informações da própria Ford.
Se comparado à média do salário mínimo americano, que gira em torno de US$ 1.276 por mês, o custo equivale a aproximadamente 24 meses de trabalho para um trabalhador que ganha o piso salarial do país.
Quanto custa um Mustang no Brasil?
No Brasil, mesmo antes da incidência de impostos, o valor do Mustang de entrada já é consideravelmente mais alto. Se convertido diretamente, o preço ficaria em torno de R$ 156 mil, o equivalente a aproximadamente 110 salários mínimos brasileiros.
No entanto, a Ford optou por comercializar no país apenas a versão mais potente do modelo, o Mustang GT Performance. Esse modelo chega ao consumidor brasileiro com um preço sugerido de R$ 529 mil, representando cerca de 374 salários mínimos. Nos EUA, o mesmo modelo tem preço inicial de US$ 46.480, o que equivale a cerca de 36 salários mínimos americanos e, na cotação atual, algo em torno de R$ 235 mil. Isso significa que, no Brasil, o Mustang GT Performance custa mais do que o dobro do valor praticado nos EUA.
Por que o Mustang é tão caro no Brasil?
A diferença de preço entre carros vendidos nos Estados Unidos e no Brasil é um reflexo direto da alta carga tributária. Entre os principais impostos que encarecem o Mustang está a tarifa de importação de 35%, uma vez que a Ford encerrou a produção de veículos no Brasil em janeiro de 2021.
Mesmo para veículos fabricados no país, ainda incidem vários tributos, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Além disso, todo proprietário de veículo precisa pagar anualmente o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e as taxas de licenciamento.
Outro fator que contribui para o alto preço do Mustang é a chamada “cascata tributária”. Nesse sistema, impostos são aplicados em diferentes etapas da cadeia de produção e distribuição, o que significa que os tributos incidem sobre outros tributos já cobrados. Isso ocorre desde a produção das peças do veículo, passando pela montagem, transporte e revenda nas concessionárias.
Como é o Mustang vendido no Brasil?
A versão oferecida no Brasil, o Mustang GT Performance, vem equipada com um motor Coyote V8 5.0 de quarta geração, capaz de entregar 488 cavalos de potência. O modelo conta com uma transmissão automática de dez velocidades, que recebeu nova calibração para otimizar o desempenho.
Entre os destaques do novo Mustang GT Performance está a possibilidade de personalização da experiência de condução. O modelo possui seis modos de direção configuráveis, permitindo ajustes na assistência elétrica da direção, na resposta do acelerador, na rigidez da suspensão e até mesmo no ronco do escapamento. Também é possível modificar a aparência do painel de instrumentos de acordo com as preferências do motorista e o tipo de trajeto.
Com um visual agressivo e um desempenho marcante, o Mustang GT Performance se consolida como um dos esportivos mais desejados no Brasil. No entanto, devido aos altos custos, ele segue como um privilégio para poucos.