A marca chinesa BYD vem conquistando espaço significativo no mercado de carros elétricos no Brasil, especialmente após o lançamento do Dolphin EV no segundo semestre de 2023. Em apenas uma semana, o modelo vendeu mais de 1.200 unidades e, em cerca de duas semanas, ultrapassou a marca de 3 mil carros vendidos no país. O desempenho surpreendente posicionou a empresa como uma forte concorrente da Volvo na liderança do segmento de elétricos.
Mas afinal, o que significa o nome BYD, de onde vem essa empresa, e ela já tem fábrica no Brasil? Essas são perguntas frequentes entre os brasileiros que acompanham o avanço da mobilidade elétrica. A seguir, entenda mais sobre a origem da montadora, sua estratégia de crescimento e os planos de expansão no território nacional.
O que significa a sigla BYD?
A sigla BYD vem da expressão em inglês “Build Your Dreams”, que significa “Construa os seus sonhos”. O nome reflete a filosofia de vida de seu fundador, Wang Chuanfu, que estabeleceu a empresa em 1995 com o objetivo de criar soluções sustentáveis para o desenvolvimento da China.
Apesar de atualmente ser reconhecida como uma gigante no setor automotivo, a BYD não começou fabricando carros. Inicialmente, a empresa produzia baterias recarregáveis para telefones celulares e apenas em 2003 entrou no ramo de veículos com a criação da divisão BYD Auto. Curiosamente, esse foi o mesmo ano em que a Tesla iniciou suas operações.
A trajetória da marca desde sua fundação
A BYD surgiu na China com a proposta de ser uma alternativa limpa para a produção industrial e o transporte urbano. Ainda sob o comando de Wang Chuanfu, que também é o atual CEO da companhia, a empresa se destacou pela inovação tecnológica e pela busca de soluções que não prejudicassem o meio ambiente.
O primeiro carro fabricado pela marca foi o modelo F3, lançado em 2005, que se assemelhava ao Toyota Corolla, mas com um preço muito mais acessível. Em 2008, foi lançado o F3DM, considerado o primeiro carro plug-in híbrido do mundo. Já em 2010, a BYD apresentou o E6, um veículo totalmente elétrico, no mesmo ano em que o bilionário Warren Buffett se tornou acionista da empresa — um indicativo do interesse global pelo potencial da marca.
Um dos pilares da estratégia da BYD foi desenvolver internamente suas próprias tecnologias, moldes e componentes. Com isso, a empresa conquistou autonomia, reduziu custos de produção e ganhou competitividade frente a marcas consolidadas.
A presença da BYD no Brasil
A chegada da BYD ao Brasil aconteceu em 2015, com a instalação de uma fábrica para montagem de ônibus elétricos na cidade de Campinas, interior de São Paulo. Essa iniciativa representou um passo importante na expansão internacional da marca.
Nos anos seguintes, a empresa intensificou seus investimentos no país. Em 2023, iniciou negociações para utilizar o antigo complexo industrial da Ford em Camaçari, na Bahia, com o objetivo de transformá-lo em um polo de produção de veículos híbridos e elétricos. A iniciativa demonstra o comprometimento da montadora com a geração de empregos e o fortalecimento da indústria automobilística nacional.
Crescimento acelerado e liderança global
A trajetória da BYD tem sido marcada por conquistas expressivas. Em 2019, a empresa superou as vendas de veículos a gasolina com os modelos eletrificados. No mesmo ano, inaugurou um centro de design com profissionais renomados que atuaram em marcas como Audi, Ferrari e Mercedes-Benz.
Em 2022, a fabricante se tornou líder mundial em vendas de carros elétricos, com aproximadamente 641 mil unidades comercializadas, ultrapassando a Tesla. No ano seguinte, a marca alcançou a impressionante marca de 2 milhões de veículos vendidos globalmente, conforme dados da NeoCharge.
Atualmente, a BYD está presente em mais de 70 países e continua ampliando sua atuação em diferentes continentes, com destaque para América Latina, Europa e Ásia. O Brasil tem se tornado um dos mercados estratégicos para a marca, tanto em termos de vendas quanto de produção local.
Com um portfólio cada vez mais robusto, foco em inovação e sustentabilidade, a BYD consolida seu papel como uma das protagonistas da transformação elétrica no setor automotivo, reafirmando seu lema de construir sonhos — não apenas na China, mas em todo o mundo.